Jornal impresso, revista, internet, rádio e televisão. São esses os veículos de comunicação mais conhecidos na atualidade. Em todos eles, os jornalistas escrevem. E muito! Obviamente, cada tipo de mídia pede um tipo diferente de escrita, com diversas peculiaridades.
Na escrita para a televisão, por exemplo, o texto tem de ser o mais simples possível. SIMPLES, eu disse. Não RASO. O texto televisivo, seja no jornalismo ou não, deve sempre estar próximo da fala coloquial das pessoas. Escrever dessa forma é condição obrigatória para os redatores de TV.
No entanto, por mais simples que seja a escrita em televisão, não é algo nada fácil desenvolvê-la. Isso porque não é assim que aprendemos a escrever na escola. Não estamos habituados a isso. Essa é a grande dificuldade em TV. Falar é fácil. Reproduzir nossa fala no papel é bem difícil.
A escrita em TV, além de simples, deve ser clara, precisa, objetiva e concisa, com frases curtas, que exprimam uma só ideia ou ação de cada vez. Em TV, usamos o artigo junto do substantivo para dar um tom de conversa com o amigo. Claro, os vícios de linguagem estão sempre proibidos como pleonasmos, gírias e a supressão do “S” final de algumas palavras no plural. E na TV, a ordem direta (sujeito + verbo + complemento) é regra.
Apesar de simples, a escrita em TV não pode ser grosseira ou rasa. Precisa conter muita informação. Aí é que a porca torce o rabo. Como explicar de forma simples ao público notícias complexas como o aumento das taxas de juros e da inflação na economia?
Escrever para televisão é um desafio diário. De tornar simples e facilmente compreensíveis para o telespectador as mais diversas, estranhas e complexas informações. Salvo raros aparelhos de TV, que possuem a capacidade de gravar a programação em tempo real, não é possível ao telespectador comum voltar atrás da notícia e vê-la novamente.
Por isso, o texto na TV é feito para ser compreendido direta e rapidamente. De uma vez só. E precisa descer redondo pela garganta de quem assiste. caso contrário, um jornalista de TV terá falhado em sua missão de informar bem o público.
Quando uma notícia não é compreendida rapidamente, vem a sensação de que falta algo. Dá uma certa angústia no peito e uma confusão mental. Culpa única e exclusivamente do repórter? Não! Como telespectadores, também temos de nos fazer uma pergunta: estávamos mesmo prestando atenção ao que ouvíamos ou estávamos apenas de corpo presente, “deslig diante da telinha, “desligados”, ouvindo nosso próprio pensamento?
Isso também conta. A atenção. E nada pode garantir que a atenção do telespectador seja capturada. Nada! Porque, no fundo, ouvimos mais a nós mesmos do que o mundo exterior. Por isso, assistir à televisão também é um momento de concentração. Apesar disso, a linguagem simples ajuda e muito na compreensão do conteúdo. Um forte abraço.
Postado em 16 de agosto